Primeiramente, seria importante sabermos de onde vem o termo B2B: uma abreviatura de Business to Business. O termo foi criado em oposição ao B2C (Business to Consumer), ou seja, vendas de empresas para consumidores. Surpreendentemente, o termo B2C foi cunhado antes do B2B. Aparentemente, não teve muito sucesso, mas o termo B2B teve mais repercussão. A seguir, você entenderá melhor sobre esse tipo de vendas. Boa leitura!
A origem do B2B
Há mais de 45 anos, um então jovem engenheiro, José Carlos Teixeira Moreira, recém contratado em uma empresa de motores a diesel, foi transferido para um novo departamento de marketing. Sua missão era promover e ajudar nas vendas dos motores para a indústria automobilística da época.
Na sua ânsia de aprender, procurou cursos de marketing que pudessem ajudá-lo na sua nova missão. Todos os cursos disponíveis na época só focavam em marketing de produtos de consumo com grande ênfase na comunicação, principalmente em propaganda. Isso foi um grande desapontamento, pois essas estratégias nada serviam para vender motores para as indústrias.
Motivado pela própria mãe, professora primaria na época, reuniu um grupo de amigos do mundo de vendas em empresas e em reuniões na própria casa, criando um universo de conhecimento sobre esse tipo de vendas.
Marketing Industrial
Na tentativa de explicar e diferenciar esse tipo de venda, entre empresas e inspirado pelo termo em inglês, José Carlos cunha o consagrado termo Marketing Industrial. Esse foi o embrião do que hoje se constitui: uma consultoria executiva chamada JCTM, um instituto de pesquisa chamado Instituto de Marketing Industrial (IMI) e, nos últimos anos, a Escola de Marketing Industrial (EMI).
As instituições
Cada uma dessas três instituições tem atuação distinta e sinérgica nas relações entre empresas. Em conjunto com um corpo de consultores associados, todos com experiência e vivência em grandes empresas, a JCTM, dirigida pelo José Carlos Teixeira Moreira, tem atendido as mais importantes empresas do Brasil, inclusive multinacionais que operam ajudando-as a criar relações de valor com seus clientes e por meio da preferência desses clientes.
O Instituto de Marketing Industrial, nas últimas quatro décadas, tem sido responsável por criar, compilar e distribuir os mais avançados conhecimentos em vendas entre empresas. O IMM promove pesquisa próprias e para clientes, assim como fóruns, Usinas do Conhecimento e diversas reuniões voltadas a cultivar e distribuir conhecimento, para seus associados e, eventualmente, para convidados.
A terceira instituição é a Escola de Marketing industrial, que promove cursos individuais e para empresas, sempre com o objetivo de ajudar as empresas que atuam no mundo entre empresas, B2B ou Marketing Industrial a venderem mais e melhor. Só na EMI, já passaram mais de 30 mil executivos de todos os ramos da indústria de produtos e serviços.
B2B x B2C
Como mencionado, podemos distinguir as relações de vendas nestes dois grandes universos: B2B E B2C.
Na realidade, a maioria das pessoas não se dá conta, mas o mundo de vendas entre empresas é maior e mais relevantes do que o de consumo.
Se pensarmos no cafezinho que você já tomou ou provavelmente vai tomar hoje, para que esse cafezinho chegue a suas mãos, muitas transações já ocorreram no universo entre empresas.
Vejamos: o café em si foi plantado por um produtor rural, que comprou sementes, adubo e trator de empresas industriais. Uma vez colhido, provavelmente vendeu para uma cooperativa que, por sua vez, vendeu para uma empresa beneficiadora, que vendeu para um atacadista, que vendeu para o varejo e, só então, você comprou.
O mesmo ocorre com a xícara e o pires. Alguém colheu a argila que foi industrializada e vendida para um fabricante, que vendeu a um distribuidor, que vendeu para uma loja onde você provavelmente a comprou.
Esse mesmo processo ocorreu com a colher, que começou na extração do mineiro de ferro, do açúcar que se iniciou no plantio da cana e assim por diante. Tudo que neste momento você está usufruindo, talvez não tenha se dado conta de todas estas etapas que ocorreram antes.
Por esses simples exemplos, podemos notar o quão grande, importante e complexo é o mundo B2B. Mais à frente, falaremos de suas características.
O mundo B2C é o final desta grande jornada. Nós da Escola de Marketing Industrial costumamos dizer que cuidamos do ciclo da criação da riqueza. No mundo B2B e no consumo, B2C, está o usufruto da riqueza. Sem o primeiro, o segundo não existe.
Mundos diferentes e complementares
Cada universo tem suas características peculiares. A mais importante é que, apesar de se chamar Negócios entre Empresas, uma empresa não compra da outra. Quando as pessoas não estão presentes, os prédios e as marcas não conversam.
Nossa grande ênfase tem sido chamar a atenção de que, na realidade, essas vendas ocorrem entre pessoas. Sim, são pessoas com sentimento, histórias de vida, anseios e frustrações que vendem e compram entre si. Isso faz toda a diferença no entendimento e na construção das relações dos negócios entre empresas.
Já no consumo, tanto os meios de comunicação, as mídias sociais, as lojas de supermercados e o varejo em si, lidam com um ser idealizado chamado consumidor. Ele foi criado pois sabe-se como ele é, mas não conseguimos conversar com ele até conseguirmos atrai-lo para o ponto de venda.
Essa é a maior diferença ente B2B e B2C. No B2B, na grande maioria das vezes, sabemos quem é nosso futuro ou atual cliente, temos seu endereço e podemos e devemos falar com ele, afinal, ninguém tem mais propriedade de falar de nossa empresa do que nós mesmos. Neste artigo você poderá entender um pouco mais sobre as caraterísticas da comunicação no mundo B2B.
Principais características do mundo B2B
Tendo em mente que estamos falando de relações entre pessoas, devemos ter sempre em mente as características dessas relações. Vejamos quais são os critérios que pessoas comuns escolhem para se relacionar e escolher com vão conviver.
Você teve uma criação que recebeu de seus pais e, depois, do meio onde viveu um série de valores que constituíram a base da sua personalidade e que são usados para Valorizar pessoas que você escolheu conviver e, muitas vezes, servir. Portanto, o que atrai uma pessoa é o Valor que ela percebe no outro.
Note que o Valor a que me refiro é um conjunto de percepções que pertencem ao o outro e não a mim. As únicas pessoas que têm legitimidade de dizer que tenho Valor são os outros. É uma grandeza que pertence a elas. A mim cabe ser e fazer o melhor possível com coerência dentro do que acredito. Se isso tiver algum Valor para o outro, aí sim é legítimo.
Esta é, para nós da EMI, uma das bases da filosofia das relações entre empresas. Se o conjunto de pessoas de outra empresa vê Valor no que somos e no que fazemos, provavelmente aí está um terreno muito fértil para começarmos a construir relações duradouras de valor.
Vendas Técnicas
Muito já se falou das características das vendas no mundo do Marketing Industrial – B2B. Em oposição às vendas no B2C, em que um comprador individual decide, muitas vezes sozinho, o que vai comprar para seu consumo, no B2B essas vendas envolvem mais de uma pessoa. São vendas baseadas em especificações de um departamento, compras de máquinas ou equipamentos, suprimentos para fabricação, manutenção etc.
Esse tipo de venda é chamado de vários nomes, como: vendas técnicas, vendas consultivas, vendas relacionais, vendas de custo-benefício e até vendas racionais. Pessoalmente, tenho restrições a alguns desses nomes, pois pressupõem que nessa relação, que é entre pessoas, não há espaço para emoções, o que não é verdade.
Realmente, na venda B2C, quando um consumidor sai para comprar algo, ele pode mudar de ideia e desistir ou comprar algo que não estava planejado. São as chamadas compras por impulso. Não vamos entrar aqui nas razões dessas compras. Para mim, não são irracionais e sim preenchem um prazer ou até necessidade que a pessoa tem.
Compras Analíticas
No mundo das relações entre empresas as compras são baseadas
em especificações de vários departamentos. Realmente há uma
análise mais profunda e até detalhada de todas as condições de um
produto ou serviço que uma empresa compra da outra.
Assim além das especificações técnicas, prazos de entrega,
manutenções e serviços, condições de preço e financiamentos,
assistência técnica e várias outras dimensões podem pesar na hora
da escolha de um fornecedor.
Lembrando que são relações entre pessoas, mesmo que aspectos
técnicos e racionais possam prevalecer não é possível retirar as
emoções do ser humano.
Assim é comum escutarmos de compradores e de pessoas das
áreas declarações como:
– eles são um pouco mais caros mas nos atendem de uma forma
diferenciada.
– nós preferimos eles pois nos momentos que mais precisamos eles
estão sempre prontos a nos atender. São muito prestativos.
– o trato e convívio com eles são muitos fáceis. É gente como a
gente. São simples, fáceis e nada arrogantes mesmo sabendo
muito.
– no convívio com eles aprendemos muito. Cada vez que eles veem
aqui sempre trazem novidades e a gente sempre cresce um pouco
mais.
Notem que todos estes argumentos não são técnicos e nem de
custo ou preço. São todos das relações humanas no mundo das
emoções e relacionamento pessoal.
Isto não quer dizer que se pode confiar somente nas relações. É
preciso ser muito bom tecnicamente, ter preços justos, atender
especificações. Mas só isto não garante a preferência dos clientes.
Precificação no mundo B2B
Todo produto ou serviço deve ter um preço. Apesar de comum a
todos, este é um terreno incerto e escorregadio. Mesmo estudos
avançados de marketing evoluíram pouco em determinar qual o
preço certo.
O que temos aprendido e compartilhado com nossos seguidores é
que o preço deve ser um reconhecimento pelo valor atribuído a
nossa empresa, nossos produtos e as pessoas que estão
envolvidas neste universo.
É muito comum se procurar um chamado “preço de mercado”, ou
seja, ver quanto a concorrência está cobrando e calibrarmos o
nosso preço para ser um pouco a mais ou um pouco a menos.
Este é um perigoso caminho pois nos coloca sempre na esfera de
nos compararmos com nossos concorrentes que certamente são
diferentes de nós.
O ideal é ser o “preço de referência” do mercado. Isto se consegue
sendo a empresa mais admirada dentro todas que atuam naquele
mercado.
Tempo de negociação
Os tempos de negociação, no marketing industrial, são
normalmente mais longos que uma compra de um produto de
consumo.
Isto se deve as características destas relações, ou seja, um
comprador industrial normalmente procura mais de uma empresa e
pede uma cotação do quer comprar.
Junto com a tal cotação, veem junto especificações técnicas,
capacidade de assistência técnica, e tantas outras necessidades
que a empresa poça precisar.
Este processo, em alguns casos podem durar meses.
Principalmente se for a primeira experiencia com um novo
fornecedor.
Esta faze chamada de pré-venda se caracteriza por muitos
contatos, as vezes envolvendo a alta administração por parte dos
dois lados, além de visitas as fabricas, criação de protótipos e
muitas outras atividades para dar conforto ao cliente de nos
escolhermos.
É importante que todas as promessas feitas durante este período
possam ser cumpridas nas outras fazes da venda com o risco de só
se efetuar uma só venda, pela decepção dos compradores diante
de expectativas não atendidas.
Diferencial Competitivo
Este é um sonho de muitas empresas. Ter um diferencial
competitivo, se possível sustentável por muito tempo, de difícil cópia
e idealmente que só você tenha.
Realmente se a empresa achar que seu foco para ter uma posição
competitiva estiver focado somente em seu produto ou serviço
muito provavelmente jamais atingira todos os pontos mencionados
acima.
Mesmo que uma empresa descubra um produto ou um processo
único, provavelmente nos dias de hoje alguém já tem algo similar
desenvolvido ou pior uma versão mais aprimorada.
Com a abundância de tecnologia oferecida no mundo é pouco
provável que uma empresa consiga se manter em uma posição
única somente com seus produtos.
Portanto para se manter em uma posição diferencias, além de
produtos e serviços, que são coisas copiáveis é preciso que
conjuntamente o nosso cliente enxergue e sinta em nós algo único
que está no campo das relações que deveremos ter com ele.
Estas devem ser relações de significado e duradouras que vão se
criando e se solidificando através de tempo de convívio entre as
pessoas das empresas.
Estas relações são banhadas de uma conduta ética exemplar, uma
genuína vontade de servir, um estado de prontidão em oferecer o
que o cliente mais precisa, mesmo antes dele pedir.
Estes e outros comportamentos e características vão nos
diferenciando e nos tornando únicos em relação a todos as
alternativas que o cliente poça ter.
Relações solidas e duradouras
Como já falamos no item acima a criação de relações de significado
e duradouras são características de empresas admiradas e
preferidas.
Mesmo que sua empresa já tenha atingido este estágio, não se
sinta confortável parar de ter atenção para este ponto.
Além das pessoas mudarem constantemente, as pessoas dentro
das empresas mudam.
Alguns saem para outras empresas ou até são dispensadas. Novos
personagens aparecem nas relações que muitas vezes não nos
conhecem.
É preciso estar sempre atento e renovar constantemente estas
relações.
O permanente estado de Foco Do Cliente, sempre oferecendo a ele
o que ele mais precisa, mesmo antes dele pedir é um dos fatores de
sempre estar no radar de preferência dos clientes.
Como ter sucesso nas vendas B2B
O sucesso nas vendas B2B vem de uma percepção de Valor que os
clientes tenham de nossa empresa e das pessoas que lá trabalham.
Pela nossa experiencia as empresas de maior sucesso no universo
de vendas entre empresas é quando todos na empresa estão
genuinamente voltados a atender ao cliente.
É muito comum que só a área de vendas se sinta e é vista como
responsável em se relacionar com os clientes.
Este tem sido um mantra de nós da Escola de Marketing Industrial.
Todos e absolutamente todos devem se sentir como responsáveis e
verdadeiramente empenhados em servir os clientes.
Se qualquer um na empresa, de qualquer área pode prejudicar uma
venda, então todos estão envolvidos nesta missão de vender.
Colocar todas a empresa no Foco Do Cliente, instalando um espírito
genuíno de servir os clientes, não é tarefa fácil, mas quando isto
acontece certamente esta empresa tem muito maiores chances de
ter sucesso.
Além disto é importante criar alianças com os clientes para um
desenvolvimento compartilhado. O prof. José Carlos Teixeira
Moreira fala destas alianças no seguinte artigo
https://www.emkti.com.br/content/11
Pense a longo prazo.
Este é um conselho muito tradicional de qualquer consultor de
estratégia empresarial.
Nós achamos que o sucesso do longo prazo são uma serie de
ações acertadas que foram tomadas no curto e no médio prazo.
É verdade que devemos pensar no médio e no longo prazo, mas
tudo tem que ser feito agora.
É muito comum vermos empresas falando e planejando o longo
prazo e fazendo coisas que comprometem o seu futuro com ações
de curto prazo.
Assim ações pautadas em busca de resultados superiores
financeiros de curto prazo, normalmente são responsáveis por
corromper a admiração que os clientes terão de nós no longo prazo.
Então pense a longo prazo, mas aja a curto prazo.
Invista em conhecimento e novas atitudes para melhorar o
processo de vendas.
Dotar a equipe de vendas conjuntamente com outras áreas da
empresa dos modernos conceitos do marketing industrial pode
mudar completamente a percepção de valor que os clientes têm de
nós.
Tudo começa com o conhecimento. Nós da Escola de Marketing
Industrial, no campo das relações entre pessoas não gostamos da
palavra treinamento para esta ceara.
Achamos que treinamento são mais para atividades técnicas, assim
você treina um operador de máquina para executar uma tarefa
técnica e provavelmente repetitiva com um bom treinamento
técnico.
No mundo das relações entre pessoas é quase impossível treinar
uma pessoa para agir sempre do mesmo modo, uma vez que cada
pessoas é diferente da outra e as situações mudam a cada instante.
Assim capacitar nossos colaboradores dos conhecimentos do
mundo das relações entre empresas, baseados em nossas crenças
e valores e um olhar e uma atitude no genuíno gesto de servir os
clientes, normalmente tem dado melhores resultados.
Estes conhecimentos aplicados em projetos implantados e
coordenados, vão mudando a atitudes primeiramente individuais e
com o tempo coletivamente.
Estas novas atitudes vividas pela maioria criam nos clientes uma
percepção que têm de nós e nos preferem cada vez mais.
Conclusão
Para nós da Escola de Marketing Industrial vendas entre empresas
é mais que um punhado de técnicas e estratégias que possam ser
treinadas para pessoas venderem melhor.
Através destes mais de trinta anos atendendo as mais importantes
empresas que atuam no Brasil e tendo recebido em nossa casa
mais de 30.000 executivos, a excelência em vendas entre empresas
só pode ser atingida se for suportada por uma filosofia.
A nossa foi criada a muitos anos. O então consultor Nélio Arantes
criou as bases do que chamou, na época, de Tarefa Empresarial
Das Empresas Validas. O José Carlos Teixeira Moreira se inspirou
nestas tarefas para criar a Constelação de Valor, onde está
expressa o que acreditamos e tem sido nossa inspiração e de
nossos clientes como um guia para tudo que criamos e fazemos. A
Constelação de Valor tem 8 dimensões claras e possível de serem
executadas por qualquer empresa são elas;
Colocar desenho da constelação
Além destes conceitos, outras práticas e atitudes, criadas ou
aperfeiçoadas por nós tem construído um universo de
conhecimento que tem ajudado empresas a serem preferidas pelos
seus clientes.
Empresas preferidas normalmente:
– são o preço de referência em seus mercados,
– são as de maiores resultados,
– são as mais procuradas por pessoas para trabalharem,
– são ambiente onde as pessoas se sentem bem e querem ficar por
muito tempo,
– são de onde vem as ideias mais criativas,
– são muito longevas. Ou seja, o que a maioria das empresas
gostariam de ser.
Se você acha que estes conceitos têm alguma aderência com o que
você acredita, entre em contato conosco e venha nos visitar na
Escola de Marketing Industrial.
Teremos imenso prazer em compartilhar nossas crenças e nossos conhecimento para a construção de um mundo melhor por meio de Empresas Válidas, que servirão cada vez melhor a sociedade em que escolheram atuar.
Cristiano Ramos de Souza