Uma empresa progride de acordo com a satisfação do cliente ou de acordo com a lealdade do cliente?
A satisfação é sempre senoidal.
É toda cheia de altos e baixos.
Trata-se de uma sensação que flutua em função do que acontece e como aquilo nos toca naquele momento.
Você sai de casa satisfeito, se depara com um atropelamento, contempla o sofrimento da pessoa e fica chocado com tudo que viu.
Ao chegar na empresa recebe uma pesquisa de clima que o RH está fazendo e responde a questão: “o que você acha que o mundo está precisando da parte de nossa empresa?”
O seu estado de espírito, perturbado pelo atropelamento, certamente responde algo como: “o mundo exige de nós respeito e segurança das pessoas, em primeiro lugar, seguido de muita compaixão e cooperação nos momentos difíceis.”
Em outras palavras, tudo o que você esperava que acontecesse para evitar a triste cena que assistiu.
Por outro lado, se tivesse acabado de viver uma experiência mais alegre e esperançosa a resposta a mesma pergunta gerava uma resposta bem diferente.
Conclusão 1
A noção de satisfação de um cliente depende do momento que ele está vivendo.
Satisfação é uma foto, não um filme.
O que nos deixa amargurados na vida é a deslealdade das pessoas.
Quando a fidelidade se perdeu esteja certo de que houve uma deslealdade anterior.
Lealdade é um filme e não uma foto.
Se a satisfação é algo senoidal a lealdade retifica a curva, como uma média móvel.
Sendo assim a lealdade do cliente é o que de fato interessa.
Conclusão 2
A lealdade demonstra os laços que nos unem ao cliente.
Pesquisar lealdade é diferente de pesquisar satisfação.
Lealdade se atesta por evidências e não por números.
Lealdade é predicado de alma enquanto que satisfação é do corpo.
Conclusão 3
Nem todos os bons clientes estão 100% satisfeitos mas se sentem tão emocionalmente seguros que adocicam os defeitos daquele bom fornecedor.
A lealdade não depende do preço de produtos mas do significado daquela relação para o cliente poder construir o futuro sonhado.
Conclusão 4
Grande parte das pesquisas convencionais de satisfação dos clientes prejudicam a relação com o cliente porque partem de informações ilegítimas para ele.
Ilegítimas porque assumem que ele sabe o que quer e conhece tudo que um produto é capaz.
Essas pesquisas partem do princípio de que uma
pessoa do cliente é autorizada a dizer o que é bom para toda aquela empresa.
Conclusão 5
Não existe uma “satisfação geral standard numa organização”.
O que existe é um sentimento predominante, fruto da mediação
de interesses internos trabalhados por um líder genuíno.
Buscar conhecer esse sentimento predominante é muito mais importante do que saber de respostas a perguntas que foram postas num formulário feito por gente que nunca comprou e usou o produto.
Portanto, a lealdade do cliente é certamente o palco que mais interessa.
Um executivo de marketing, da mais alta qualidade, saberá avaliar, ponderar e escolher qual caminho a empresa deve seguir.
José Carlos Teixeira Moreira